quarta-feira, 3 de outubro de 2007

O Carteiro de Pablo Neruda


O Carteiro de Pablo Neruda é uma daquelas pérolas do cinema que nos fazem sorrir e que nos emocionam. Num tom lírico este filme mostra-nos a amizade que se criou entre o poeta chileno e o seu carteiro e o enamoramento deste ultimo pela bela Beatrice Russo.


Por razões políticas o poeta Pablo Neruda é obrigado a procurar exílio numa ilha em Itália. Neruda é amado pelo povo pelas suas crenças comunistas e pelas mulheres pelos seus poemas de amor. Mario é filho de um pescador e está desempregado. Ele tem muitas dificuldades a ler e escrever, mas mesmo assim consegue ser contratado como carteiro, tendo como privilégio ser o encarregado da correspondência do poeta.


Este é o retracto delicioso e inesquecível da busca de amor, felicidade de um homem. Recheado de momentos hilariantes, proporcionados principalmente por Massimo Troisi, que tem um papel encantador e muito rico. O filme é ainda uma ode à poesia, às metáforas, ao amor.


O actor e argumentista Massimo Troisi morreu de ataque cardíaco apenas 12 horas após a conclusão das filmagens deste filme. Apesar de saber que era doente cardíaco e que necessitava de tratamento e descanso, persistiu na sua ideia de terminar esta personagem. Está então de parabéns pois deixa um enorme carinho, pela sua simples mas grandiosa personagem cativante.

É sempre muito complicado conseguir transpor para um filme toda a essência de um livro e é o caso deste filme, apesar da história ser muito cativante há momentos que se perdem pela falta de mais pormenores que estão presentes no livro. Devo assim confessar que é preferível o livro ao filme, mas este ultimo não deixa por isso de merecer o seu mérito, pois é um filme terno e romântico, mas talvez não aconselhável para quem venere as histórias românticas hollywoodescas.


Este filme foi vencedor do Óscar de melhor Banda Sonora e ainda foi nomeado para Melhor filme, Melhor Realizador, Melhor Actor – Massimo Troisi – e melhor Roteiro Adaptado.

1 comentário:

mário romano . paulo dias disse...

Uma bonita história! Deixo uma sugestão: "Confesso que vivi" de Pablo Neruda.